domingo, 31 de agosto de 2014

Reportagem sobre poluição e desperdício da água

Link para a reportagem: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_345578.shtml

Poluição e desperdício reduzem a água disponível no Brasil

O país é rico em disponibilidade de água, com 12% do total do mundo, mas a distribuição no território é muito desigual

Por Sérgio Adeodato

Se o assunto é água, o Brasil é um país privilegiado. Sozinho, detém 12% da água doce de superfície do mundo, o rio de maior volume e um dos principais aqüíferos subterrâneos, além de invejáveis índices de chuva. Mesmo assim, falta água no semi-árido e nas grandes capitais, porque a distribuição desse recurso é bastante desigual. Cerca de 70% da reserva brasileira de água está no Norte, onde vivem menos de 10% da população. Enquanto um morador de Roraima tem acesso a 1,8 milhão de litros de água por ano, quem vive em Pernambuco precisa se virar com muito menos - o padrão mínimo que a ONU considera adequado é de 1,7 milhão de litros ao ano. A situação pode ser pior nas regiões populosas, nas quais o consumo é muito maior e a poluição das indústrias e do esgoto residencial reduz o volume disponível para o uso. É o caso da bacia do rio Tietê, na região metropolitana de São Paulo, onde os habitantes têm acesso a um volume de água menor do que o recomendado para uma vida saudável.

Além da poluição, o que preocupa a maior metrópole do país é a ocupação irregular das margens de rios e represas, como a de Guarapiranga, que mata a sede de 3,7 milhões de paulistanos. A seu redor, vivem cerca de 700 mil habitantes. Com o desmatamento das margens para a construção das casas, grande quantidade de sedimentos foi arrastada para a represa, que perdeu sua capacidade de armazenamento e ainda recebe o esgoto de muitas residências. O problema se repete na represa Billings, também responsável pelo abastecimento de São Paulo. Esse manancial é destino final das águas poluentes que são bombeadas dos rios Tietê e Pinheiros para manter seu curso.

A alternativa foi trazer água de uma bacia hidrográfica vizinha, a do rio Piracicaba-Jundiaí-Capivari, que abastece a metade da metrópole paulistana. Isso acabou gerando uma disputa regional. No total, 58 municípios compartilham esse manancial, e a solução foi criar o Banco das Águas, um acordo que estabelece cotas de captação para a região metropolitana de São Paulo (31 metros cúbicos por segundo) e para o conjunto dos municípios da região de Piracicaba (5 metros cúbicos por segundo). Nesse sistema, tanto um lado como o outro podem ir além desses limites como compensação, caso tenha retirado menor quantidade de água em períodos anteriores.

DEMOCRATIZAÇÃO DA ÁGUA
Essa política de uso das águas foi definida por um comitê, formado em 1993, para acabar com a briga sobre quem tinha direito a que nessa bacia hidrográfica. Esse modelo, pioneiro no Brasil, inspirou quatro anos depois a Lei das Águas, dando a possibilidade de criar em nível nacional um sistema que harmonizasse os diversos usos dos mananciais - geração de energia, abastecimento da população e irrigação de cultivos. A Agência Nacional de Águas é o órgão do governo federal responsável pela gestão dos recursos hídricos no país. Esse trabalho é conduzido em parceria com os Comitês de Bacia, que se espalharam no Brasil, após a nova legislação. Os comitês reúnem representantes da sociedade civil em cada região para sugerir iniciativas para preservar os rios e evitar conflitos.

A atual legislação reconhece os vários usos para a água e determina que a prioridade seja sempre para o abastecimento humano e animal.

Reportagem sobre usos da água


Link para a reportagem: http://www.istoe.com.br/reportagens/377866_A+GUERRA+DA+AGUA

A guerra da água

Contrariando agências federais, o governo paulista mantém decisão de diminuir a vazão de rio que abastece municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, e a questão pode parar na Justiça

Paula Rocha (paularocha@istoe.com.br) e Wilson Aquino (waquino@istoe.com.br)
 

Resultado da pior seca dos últimos 80 anos, a crise da falta de água no Estado de São Paulo está gerando uma disputa que pode acabar nos tribunais. Na última semana, o governo paulista decidiu manter a redução da vazão de água, de 30 m³ por segundo para apenas 10 m³ por segundo, da represa de Jaguari (SP) para o rio Paraíba do Sul. A decisão da Companhia Elétrica de São Paulo (Cesp) contraria a determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA), que alertam para a possibilidade de um colapso no abastecimento de 41 municípios dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que dependem da água do Paraíba do Sul. Caso o governo paulista não acate a resolução do ONS em 15 dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela fiscalização do setor, poderá advertir e aplicar uma multa na Cesp de até 2% do faturamento da companhia. Para manter a vazão reduzida, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, admite ir à Justiça pela água do rio Jaguari. É a primeira vez que uma hidrelétrica descumpre uma determinação do ONS, órgão responsável pela coordenação e pelo controle da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN).
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SECA
Leito da represa de Jaguari, em São Paulo, que alimenta o rio Paraíba do Sul
Afetado diretamente pela decisão paulista, o governo do Rio de Janeiro se manifestou contrário à redução da vazão da represa de Jaguari. Em nota, o governador fluminense Luiz Fernando Pezão (PMDB) salientou que o descumprimento da orientação do ONS prejudicava o Estado do Rio, mas defendeu o diálogo para contornar a crise. “São Paulo não pode tomar uma decisão unilateral. Mas tenho certeza de que o governo federal, através da ANA, irá determinar o que tem de ser feito no rio Paraíba do Sul”, disse Pezão. Já o secretário da Casa Civil do Rio, Leonardo Espíndola, afirmou que a decisão de São Paulo coloca em risco o equilíbrio da União. “Estado nenhum pode decidir de forma unilateral como utilizar os recursos hídricos que extrapolam os seus limites territoriais. Isso não é um debate político. É um debate técnico”, reclamou.
Em sua defesa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), justifica o descumprimento da determinação do ONS como forma de priorizar o consumo humano em detrimento da geração de energia, com base na Lei 9.433 de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos. Essa aplicação da lei, contudo, só valeria se o governo paulista decretasse estado de emergência, o que até agora não foi feito por Alckmin, que tenta a reeleição neste ano. A Agência Nacional de Águas, por sua vez, afirmou que, até agora, não recebeu nenhuma justificativa dos órgãos gestores estaduais de São Paulo para alterar a operação do reservatório de Jaguari e deu um prazo de cinco dias úteis, contados a partir de 12 de agosto, para que a Cesp apresente estudos técnicos e jurídicos que justifiquem a decisão.
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TRINCHEIRA
Os governadores Geraldo Alckmin (acima), de São Paulo, e Luiz Fernando
Pezão, do Rio, estão em campos opostos. União aguarda relatório
técnico que justifique medida da administração paulista
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Para o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Michael Becker, que é engenheiro com especialização em gestão de recursos hídricos e economia ambiental, essa é uma crise anunciada e megaobras de engenharia não vão solucionar o problema. “Projetos de reúso de água, conservação dos mananciais e incentivo para quem economiza água são medidas simples, eficazes e permanentes.” Já na opinião do professor de recursos hídricos da Coppe-UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação em Engenharia), Jerson Kelman, que é ex-presidente da ANA, ex-diretor-geral da Aneel e ex-presidente da Light, a autoridade federal é quem decide sobre reservatórios de água compartilhados por cidadãos de diferentes Estados. “Não pode ser paulista ou fluminense a decidir isoladamente o que fazer com a água. Tem de ter uma visão de conjunto, levando em consideração o interesse de todos, e só a União pode fazer isso”, afirmou. A ANA está organizando ainda para esta semana, em data a definir, uma reunião com representantes dos governos de São Paulo e do Rio para tratar do assunto.
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Reportagem sobre jogos de conscientização ambiental

Link para a reportagem: http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/noticia.aspx?id_noticia=12514

Projeto lança jogo eletrônico educativo Água em Jogo
7/8/2014
Visualização do Água em Jogo
chamada
O Projeto Água – Conhecimento para Gestão lançou nesta quinta-feira, 7 de agosto, no Parque Tecnológico de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), o jogo eletrônico educacional Água em Jogo. O game simula os impactos das ações do homem sobre os recursos hídricos de uma bacia hidrográfica. O desafio do jogador é garantir água em quantidade e qualidade para as atuais necessidades dos moradores e para as futuras gerações. O jogo é online e gratuito, e pode ser jogado por todas as pessoas interessadas, através da página www.aguaemjogo.com.br. O jogo não é compatível com o navegador Internet Explorer e com o sistema Linux.

Participaram do lançamento o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Varella; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek; os diretores da Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Juan Carlos Sotuyo e José Luiz Dias; e a secretária de Educação de Foz do Iguaçu, Lisiane Veeck Sosa, entre outros.

O Água em Jogo tem duração de 30 minutos, tempo em que são simulados quatro anos fictícios. A bacia é formada por diversos cenários, como áreas industriais, rurais, de moradia, de lazer, entre outras. Cada região tem necessidades diferentes relacionadas a água e cabe ao jogador, que assume papel de administrador dos recursos hídricos, decidir como será usada.

Os níveis de qualidade quantidade são apresentados em formato de indicadores, que precisam ser analisados o tempo todo. Se o jogador identificar, por exemplo, que uma indústria está consumindo muita água e poluindo, ele pode tirar a outorga de direito de uso de recursos hídricos até que a indústria se regularize.

Para garantir bons resultados, o jogador conta com o uso de algumas ferramentas, como fiscalização, cobrança pelo uso da água e outorga – que são instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos. Também é possível usar recursos disponíveis, investir em melhorias, como: plantio de mata ciliar e construção de estações de tratamento de esgoto.

Durante o jogo, acontecem eventos inesperados, como estiagem e inundações, que afetam negativamente os indicadores de qualidade e quantidade de água. Estes indicadores, aliados ao conjunto de investimentos e decisões tomadas, formarão a pontuação final do jogador. Os 100 melhores terão seu nome registrado em um ranking público.

Através do jogo, busca-se conscientizar os jovens sobre os conflitos e dificuldades relacionadas ao uso e conservação das águas, a fim de despertar o interesse no assunto. Este game poderá ser utilizado por professores em sala de aula, para trabalhar com os adolescentes temas como água, meio ambiente, poluição, bacia hidrográfica, administração de recursos financeiros, mediação de conflitos, entre outros.

Também poderá ser usado por comitês de bacia hidrográfica a fim de apresentar alguns dos problemas e necessidades enfrentadas por seus gestores, e conscientizar a comunidade sobre a importância de sua participação na tomada de decisões que dizem respeito a gestão dos recursos hídricos.

Ainda é uma forma de apresentar algumas ferramentas usadas na gestão das águas, como Outorga, Fiscalização, Cobrança pelo Uso, incentivo a recuperação de Mata Ciliar, Barraginhas, entre outros. O jogo é uma das principais entregas (metas) do convênio.

O game é um complemento a capacitação “Água em Curso”, curso autoinstrucional EaD, voltado para adolescentes de 12 a 18 anos. Ambos são gratuitos e acessados online, podendo ser utilizados por professores em sala de aula, para trabalhar o tema “água” de uma forma descontraída.

O Projeto Água – Conhecimento para Gestão

O projeto Água – Conhecimento para Gestão é um convênio entre a ANA, a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu (FPTI) e Itaipu Binacional com objetivo de desenvolver ações de comunicação, mobilização e educação para a gestão de recursos hídricos no Brasil e países da América Latina. Há 36 cursos gratuitos semipresenciais e a distância disponíveis no catálogo, que já capacitaram cerca de 35 mil pessoas. Saiba mais em: http://www.aguaegestao.com.br/.
Texto:Raylton Alves - ASCOM/ANA